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segunda-feira, setembro 29

Bem dito!
Nem tudo se perde. Ancient & Modern continua incólume.
Engulo em seco: agora a Spectator paga-se.
Ainda a propósito de marchas e pedofilias, continuo sem compreender como é possível haver centenas de pedófilos indexados pela Polícia Judiciária e simultaneamente só meia dúzia deles estarem encarcerados.
Sejamos honestos: esta infame perseguição feita aos bombeiros pelos media, por causa da utilização dos helicópteros para fins lúdicos, já começa a ser um abuso.
Vejam se percebem uma coisa: após este Verão dantesco, ficou provado que os bombeiros não têm condições para trabalhar no combate às chamas.
O país já ardeu todo; em frente com o Turismo!
A meio da Marcha Branca, uma repórter interpela Catalina Pestana. Catalina, por sua vez, interrompe o ímpeto da jornalista, advertindo-a de que a marcha é silenciosa. E Catalina adverte bem.
O “silêncio” de que nos fala a provedora é, de resto, uma metáfora mais que evidente dos silêncios que reinam na sociedade: o "silêncio" dos inocentes (as crianças), o "silêncio" dos culpados (os pedófilos) e o "silêncio" dos cúmplices (políticos, juízes, advogados, polícias e jornalistas).
De silêncio estamos fartos, senhora Catalina Pestana. Por isso, recusei-me a participar na Marcha.

sexta-feira, setembro 26

Ontem à noite, a SIC Notí­cias denunciou as actividades extra-curriculares dos bombeiros voluntários de Lamego. Aparentemente, havia alguns agentes que se ocupavam em viagens turí­sticas utilizando um helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, transportando familiares e amigos.
A brincadeira valeu o despedimento de Bento Duarte, coordenador distrital de Viseu do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil.
Sinceramente, não concordei com a decisão. Todas estas actividades tinham um objectivo nobre: de uma vez por todas, projectar o Turismo em Portugal. Aliás, acho que até se devia pensar seriamente na utilização de carros da polícia e de ambulâncias para realizar excursões e mini-safaris pelo país fora.
Mas, como já se adivinhava, o gesto foi mal interpretado.
É por essas e por outras que o turismo português nunca mais passará da cepa torta.
Hey, Mota! Leave the kids alone!
Não percebi qual foi a ideia de Mota Amaral querer impor novas penalizações aos esforçados deputados do nosso Parlamento, pelas suas ausências. Se Mota Amaral gosta de simbolizar o arquétipo perfeito de asceta na cena política portuguesa, o problema é dele. Agora, que queira à viva força impingir os seus hábitos ao resto da classe política, já não concordo.
Aliás, para além disso, é de todo desaconselhável exigir aos nossos políticos que se levantem cedo, que compareçam a horas no Parlamento, que participem regularmente nos debates, que parem de falar ao telemóvel e de mandar sms aos amigos durante as sessões, e que - oh pecado brutal - apresentem trabalho e propostas consistentes.
Em suma, deixemos a rapaziada em paz.
A notícia já foi transmitida há algum tempo atrás, mas ficou a martirizar os meus neurónios: houve alguém (obviamente uma criatura de uma indulgência sem limites) que decidiu colocar um sistema de som nos esgotos do Bairro Alto. Então, lá esteve o dito aparato a debitar música aos berros, pela noite fora, para gáudio dos transeuntes e para suplício dos moradores. No dia seguinte, o aparelho lá teve de ser desmontado.
Na ressaca do ocorrido o povo ficou atónito. Com razão? Não acho.
Na minha visão muito pessoal de Lisboa, o Bairro Alto pertence ao campo do inenarrável. Excluindo a população envelhecida, que ainda está de acordo com os parâmetros básicos civilizacionais, o Bairro Alto é um pesadelo enxameado por hordas de dejectos humanos que se assemelham dramaticamente com os nossos antepassados, no tempo do Homo Habilis. Tudo aquilo se resume a droga, álcool, pancadaria, detritos, barulho ensurdecedor, selvajaria pura. Por isso, quando aparece no meio daquele tormento um sistema de som a difundir música a partir do esgoto, não é para espantos; é típico do Bairro Alto.

Num laivo de demência e de mau gosto, decidi dar uma vista de olhos no famigerado Ídolos. A qualidade do programa está entre o nefando e o abominável. A começar pela dupla de apresentadores. Pedro Granger e Sílvia Alberto tentam proporcionar um ambiente espirituoso, mas falham redondamente.
Os dois resvalam para um entertainment pimba a roçar uma imensa cretinice. Granger, que se parece com um matraquilho, debita um humor incrivelmente boçal; Sílvia, que já nos tinha mostrado em programas anteriores de que é que a casa gasta, é patetice pura.
Mas o pior está lá dentro, no estúdio.
O ambiente é de cortar à faca. Os concorrentes que queiram ser ouvidos, terão de se confrontar com quatro criaturas surrealistas: Rámon Galarza, Sofia Morais, Moura Santos e Luis Jardim. Rámon e Sofia nem são muito maus. Na realidade, nem é possível avaliá-los convenientemente, já que são ofuscados pelos outros dois.
Moura Santos, passa o programa a grunhir e a gesticular como um taberneiro. O outro, fisionomicamente, é uma mistura sebosa de um Irmão Metralha com o Che Guevara nos últimos dias nas selvas bolivianas. E, cereja no bolo, ambos são um poço de antipatia. A forma insuportavelmente pérfida e violenta com que eles se dirigem aos cantores não demonstra qualquer objectivo de avaliação, mas sim um “bota abaixo” permanente. O cenário não podia ser mais cataclísmico.
E tudo isto por uma boa causa? Nope.
Poder-se-ia pensar que ao serem demasiado exigentes, os membros do júri acabassem por seleccionar os que cantam bem. Erro crasso. Primeiro: os seus critérios de avaliação regem-se mais pela imagética do que propriamente pelas capacidades vocais dos concorrentes. Segundo: mesmo que eles só dessem importância às qualidades orais dos putativos ídolos, o facto é que em centenas de concorrentes, só meia dúzia se safa.
É, de resto, a imagem trágica que emana da expressão musical portuguesa.
E, no meio da calamidade, fica a questão fatal: o que é que leva esta chusma de galináceos a competir num concurso de canto? Pela gritante falta de qualidade poderá ficar a incógnita inevitável. Porém, a meu ver, a razão que leva estas criaturinhas a concorrer a este programa são as referências que elas têm do mundo musical nacional e internacional. Quando alguém ouve, por exemplo, uma Ágata ou uma Shakira a grasnar, pensa: “Caramba, se ela é cantora, porque é que eu também não posso ser?!” Está, portanto, instaurado o nivelamento por baixo.
No final, a conclusão é esta: o Ídolos não é mais do que um programa para quem tem prisão de ventre.

A demissão de Vicente Jorge Silva da Comissão Parlamentar de Ética (que belo oxímoro) pareceu-me a decisão mais acertada. Não havia mais condições para continuar.
Agora, uma coisa é certa: Maria Elisa, num país a sério, já teria sido devidamente castigada. Esta história de alegar fadiga devido à doença e depois andar alegramente a saltitar de um emprego para outro, é simplesmente inconcebível.
De resto, Maria Elisa simboliza o que é a nossa classe política: uma inominável cáfila de parasitas incompetentes, que não mostra qualquer pudor em pilhar todo o dinheiro público que puder.
Este é apenas mais um sinal perturbante do que se passa num país cada vez mais corrupto e desprovido de valores.

quinta-feira, setembro 25

Esqueçam o post esperançado que redigi sobre o Benfica. Depois de assistir ao jogo com o La Louvière, cheguei à conclusão que a equipa não tem salvação. A começar na defesa, acabando no ataque. A Taça UEFA já era.
Ah, Charlotte fala de Big Train no seu blog! E fala bem. Big Train é também uma das minhas séries favoritas de sempre, juntamente com Keeping Up Appearances , Coupling e, claro, o intratável Blackadder.
Agora, falando de Humor (com maiúscula), não há nada que bata os filmes dos Irmãos Marx (especialmente com o trio eterno Groucho/ Chico/ Harpo). É o humor mais completo, mais hilariante, e dos poucos que é manifestamente intemporal.
Os meus favoritos são os clássicos A Night at the Opera (1935), A Day at the Races (1937), Room Service (1938), At the Circus (1939) e Go West (1940). Esta é, de resto, a época dourada do trio.
Graças a estes filmes (e ao Canal Parlamento), não há má-disposição que resista.

segunda-feira, setembro 22

Ontem à noite apercebi-me do porquê do meu desinteresse crescente em relação ao futebol nacional. O Benfica mereceu perder? Sim, sem dúvida. Mas não daquela forma. Nem foi o resultado o que mais me incomodou - para todos os efeitos, os golos foram da autoria do Benfica. O que me incomodou bastante foi a arbitragem mais que caseira de Lucílio Baptista, cuja dualidade de critérios foi de bradar aos céus. Não sei como é que foi possível permitir a constante destruição de jogo por parte do Porto, não só impedindo a progressão no terreno por parte do Benfica, como também estragando o espectáculo do derby. Ver jogos assim faz mal à saúde.
Mas uma coisa é certa: apesar de me afirmar como benfiquista céptico, acho que com uns ajustes na defesa, o SLB poderá ainda fazer uma boa temporada.
Em relação ao FCP, duvido que a equipa de Mourinho passe da primeira fase na Liga dos Campeões. O conjunto parece literalmente estar a descansar "à sombra da bananeira". E no desporto isso paga-se caro.
Gostei de ver Pacheco Pereira na SIC. Desta vez, o Guru decidiu dar uma palestra de análise de discurso. O objecto da dita análise foi, para variar, o blog Muito Mentiroso. Pacheco Pereira quis, mais uma vez, desacreditar a página, falando-nos dos mecanismos discursivos que estão por detrás das mensagens do MM, e que manipulam sem misericórdia o auditório da blogosfera. Então, Pacheco mostrou, por exemplo, que o uso de aspas em determinados vocábulos pode indicar um segundo sentido aos ditos vocábulos. Ou que o facto de haver um ponto de interrogação no final da frase nem sempre significa que estejamos a lidar com uma pergunta, mas sim com um mecanismo retórico. Benveniste não o teria feito melhor.
Refira-se ainda que Pacheco Pereira não se poupou em debitar mais arengas sobre a perigosidade da visita ao blog MM. Portanto, o auditório continua imerso num mar de ingenuidade e não se consegue aperceber das vigarices do MM.
O auditório agradece os avisos preciosíssimos de Pacheco. Agora, não deixa de ser preocupante a obsessão descontroladamente galopante que Pacheco Pereira mostra em desmantelar o blog MM. Por isso, em jeito de Muito Mentiroso, deixo aqui duas questões:

Pergunta 1 “ Porque é que Pacheco Pereira, ao contrário dos utentes da blogosfera, mostra tanto conhecimento de causa em relação às calúnias que estão publicadas no Muito Mentiroso, conseguindo assim distinguir as verdades das mentiras?
Pergunta 2 “ Porque é que Pacheco Pereira se antecipou duplamente quando exemplificou, tanto no Abrupto como na SIC, o mecanismo utilizado pelo MM na execução das perguntas, recorrendo precisamente às questões que todos fariam quando vissem os seus comentários ao blog MM?

Espero ansiosamente pelas respostas.
Entretanto, devia ocorrer à luminária Pacheco Pereira o seguinte: quanto mais falar do Muito Mentiroso, mais ele fica conhecido, sucedendo assim, o efeito inverso do desejado. Eu, por exemplo, só tomei conhecimento do MM quando li o texto de Pacheco Pereira.
Irónico, não é?

O drama do golpe de estado na Guiné-Bissau só choca quem quer. Para mim, uma Guiné que até há poucos dias estava a ser “governada” por uma criatura que apresenta flagrantes semelhanças com o Saci Pererê, não é um país; é uma perfeita anedota.
O drama! O horror!

sexta-feira, setembro 19

O Abrupto decidiu debitar uma série de conselhos extremamente úteis para os utentes da blogosfera, relativamente a um blog que tem causado polémica. Diz o mestre:
Ao irem ao Muito Mentiroso (MM) procurar “informação”, as pessoas caem num logro. O MM não tem informação, tem desinformação, o que é uma coisa completamente diferente. Desinformação, uma arma muito usada pelos serviços secretos soviéticos que eram especialistas na matéria, e que polícias e agentes secretos conhecem bem, consiste numa mistura cuidadosamente doseada de factos verdadeiros e falsos, de insinuações e meias-verdades com verdades inteiras, tendo como objectivo determinados resultados. Ou atingir determinadas pessoas, ou condicionar as investigações, ou descredibilizar a justiça, ou facilitar a defesa, ou dificultar a acusação. O MM vem do interior do processo ou das suas adjacências e é uma actividade interessada, e torna os que o visitam e o publicitam em partes no processo de pedofilia. Não há um átomo de inocência em tal actividade, que joga com instintos populistas e voyeuristas e a ingenuidade de muitos, para obter resultados. Quer pôr-se a milhas dos jogos sujos do processo de pedofilia? Não vá lá, não há nenhuma informação para si, só manipulação.

Quem pensa que consegue separar dali as verdades da ganga da mentira, é um ingénuo. Não tem a preparação, a qualificação e as informações que são necessárias para essa operação. Também aqui os especialistas estão nas polícias e nos serviços secretos que têm a capacidade para analisar a única verdadeira informação que este tipo de produtos contém: a da sua intencionalidade. Quem o fez e porque o fez.

As pessoas tornam-se colaboradoras do autor (ou autores) do Muito Mentiroso porque inevitavelmente vão acabar por interiorizar o que lá está e lhes parece verdadeiro, ou porque o suspeitassem, ou porque lhes parece plausível. E vão acabar por repeti-lo, infectando mais gente com boatos e calúnias, realizando o único objectivo do autor do MM que não é “informar” os portugueses de algo que lhes escondem, mas manipular a sua opinião a favor de uma tese sobre o processo da pedofilia. As pessoas tornam-se parte de uma arma e essa arma dispara.


Escuso de referir que a dita missiva deixou o meu queixo colado ao chão. Que Pacheco Pereira se sinta desde há vários anos como uma referência cultural sem paralelo neste país brutificado, compreendo e aceito. Da mesma forma que compreendo e aceito o seu estatuto de sumidade na blogosfera. Aliás, sou o primeiro a vergar-me perante a sua magna sapiência.
O que não aceito, nem tolero, é a forma como ele usa a sua retórica para censurar o Muito Mentiroso. Usar um blog para censurar e desaconselhar a visita a outro, para mim é inadmissível. É tão inadmissível como conceber, por exemplo, que agora Mário Bettencourt Resendes escreva nos seus editoriais que não se deve ler o Público.
Os blogs representam um meio de expressão livre. Se o que se escreve é bom ou nefasto, isso decidirão os leitores. Nunca um escriba de um blog.
Mas aqui deparamo-nos com um problema grave de megalomania: o autor do Abrupto meteu na cabeça que só ele possui inteligência suficiente para discernir o que é verdadeiro do que é falso. Nós, leitores incautos, coitados, não o sabemos distinguir.
Pessoalmente, vejo com indignação todas estas manifestações, em que ele, Abrupto, não só se julga dotado de uma inteligência a que só ele tem acesso, como também coloca a inteligência do resto dos leitores de blogs ao nível da de um protozoário.
Se o autor do Muito Mentiroso diz ou não a verdade, não sei. É-me indiferente. Opto por seguir o processo da Casa Pia através da Imprensa (que, com os seus inúmeros defeitos, continua a merecer a minha confiança), e faço por não cair nas malhas do sensacionalismo.
Até porque, segundo o próprio Muito Mentiroso, nada do que ele diz tem fundo de verdade. Só acredita quem quer.
Ponto final.

Recebo e leio um mail que entristece, mas que não choca. O que vem lá escrito é algo que simboliza o que todos, de uma maneira ou de outra, já sabemos. O problema é pensarmos no assunto e tentar descobrir uma forma de o resolver.
Publico em baixo o dito texto (leiam e reflictam seriamente nele):

Há uns tempos sai com uma jovem nos seus verdes 21 aninhos. Mal começara a bebericar o meu primeiro Bushmills logo ela lançava: «tomamos uns shots?» E eu, aparvalhado, «mas comecei agora o meu whisky, é um crime misturar shots» com este irlandês... ela não se atraplhaou e emborcou uns quantos. Em meia-hora estava com as mãos em cima de mim e eu, ops, será do meu charme ou do charme do shot?
Lá em cima na santa-terrinha, perto de Leiria, os meus primos, todos na casa dos 30/início dos 40, ocupam os tempos livres a comer e sobretudo a beber. Viram 5 imperiais no tempo em que eu bebo uma. As barrigas arrendodadas projectam-se meio-metro no espaço e os respectivos filhos, na casa da idade aparvalhada, começam a sair e a devorar shots, imperiais e vodkas mal entram nos bares. Na década de 80 era a heroína que devastava as famílias, agora é o álcool. Alienar é preciso. Alienar do quê? Da escola que não motiva? Da família desinteressante e desinteressada que hiberna em frente ao televisor? Da incapacidade em lidar com emoções, relações e sentimentos? Alienar... e porque não? Na conjuntura actual dde crescimento desta malta «jovem» há mais que fazer? Se calhar até há, mas eles não sabem...


quarta-feira, setembro 17

Refaço-me do choque, respiro fundo, e mergulho numa imensidão de alívio. Gastão voltou para casa.

terça-feira, setembro 16

Que país é este? (Parte 3)
Ver para crer: sondagem alarmante.

segunda-feira, setembro 15

Depois de David Blaine, Londres foi brindada com as proezas de mais um demente. Desta feita, houve uma criatura que decidiu percorrer as ruas da capital durante 12 dias, de gatas, empurrando um amendoim com o nariz! A meta foi o nº 10 de Downing Street.
Londres é única!

A morte de Johnny Cash não admirou: a lenda contava com 71 anos e padecia de diabetes. O que admirou, e chocou, foi a total indiferença com que a MTV (leia-se: Music Television) lidou com o acontecimento. Parece inacreditável que um canal televisivo exclusivamente dedicado à música despreze o falecimento de um mito como Cash.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que não tem culpa de ler tanto. Alega ele que consegue a proeza de ler à volta de sessenta livros por mês porque dorme pouco. Compreendo inteiramente Marcelo. Também eu leio muito (cerca de 50 livros por dia). Ontem, por exemplo, foi dia de leitura razoável. Ao acordar às 5 da manhã, li o Decameron. Enquanto me espreguiçava, reli Quo Vadis. Levantei-me, lendo A Divina Comédia. Os abdominais e flexões que costumo efectuar logo pela manhã foram feitos na companhia de Crime e Castigo. A caminho da casa de banho, li Contos da Cantuária e depois fiz a barba, lendo Em Busca do Tempo Perdido. Ao pequeno-almoço voltei a ler Assim Falou Zaratustra. Depois, enquanto escovava os dentes, recitei a poesia completa de Whitman. Os Lusíadas foram lidos a preparar o almoço, para depois ler Os Miseráveis durante a refeição.
Ao iní­cio da tarde, ocupei-me com As Vinhas da Ira, A Montanha Mágica e O Vermelho e Negro. Uma nova ida à casa de banho valeu-me a leitura da República. Uma vez na casa de banho, li Guerra e Paz. Ao lanche, Ilíada e Odisseia, pela décima vez esta semana. Quando fui passear os cães à rua entretive-me a ler os sonetos de Shakespeare. Reservei Fausto, Peregrinação e Dom Quixote para o final da tarde.
À noite, durante o noticiário, revi os ensaios de Popper e de Russell. Na preparação da janta, entretive-me com as crónicas de Machado de Assis. Durante o jantar, deixei-me levar pelo teatro completo de Molière e quando fui pôr o lixo lá fora, li O Germinal de uma assentada.
Já na cama, relaxei com A Comédia Humana, O Doutor Jivago e Sermões de Padre António Vieira. Ao fechar os olhos, ainda deu tempo para ler a obra completa de Aristóteles.
Portanto, como tinha dito, foi um dia razoável. Resumindo: durmo pouco e leio muito. A minha relação com os livros é esta e não posso fazer nada para impedir isso.
Contudo, há um problema com este comportamento: tal como Marcelo Rebelo de Sousa, também eu não consegui ainda fazer com que as pessoas acreditassem em mim.

As luminárias que torcem o nariz à inclusão da Coreia do Norte no famigerado “Eixo do Mal”, deviam ter visto o último 60 Minutos. A reportagem sobre o paraíso de Kim Jong Il elucida-nos um pouco sobre a terapia VIP que é imposta ao povo norte-coreano: campos de tortura, albergando 1 milhão de seres humanos; desses presos, anualmente, morre 1 em cada 5 devido à fome ou ao cansaço; muitos deles, depois de serem devidamente espancados, são enfiados em celas minúsculas e, sem espaço suficiente para se estirarem, são obrigados a ficar agachados; os mesmos reclusos, em desespero de causa, são levados a comer ratazanas que pululam nos campos; em casos extremos, para evitar que as crianças passem fome, os próprios prisioneiros envenenam-nas; os que têm a sorte de não ficar nestas celas, são enviados para laboratórios, servindo de cobaias para testes químicos e biológicos.
Depois disto, ainda há por aí alguém indignado com a expressão “Eixo do Mal”?

Enquanto se discute se Arafat deve ou não ser deportado, os israelitas colocam a séria hipótese de limpar o sarampo ao rapaz. Os EUA, a ONU, a UE e, claro, a opinião pública mundial, levam as mãos à cabeça perante tal perspectiva.
Pessoalmente não vejo qual é o drama. Arafat não é apenas responsável directo pela tragédia do terrorismo vivida diariamente em Israel (tragédia essa que se previa mesmo antes de 48, quando o velho Yasser já traficava armas para a região). Ele é igualmente culpado pelo estado miserável em que se encontram os árabes da Palestina, inviabilizando quaisquer possibilidades concretas de negociar a paz com o governo de Sharon. Com Arafat a minar os acordos e a instigar o ódio contra os judeus, nunca será possível ultrapassar o conflito.

O Governo admite que o problema do alastramento dos fogos não se deve à falta de bombeiros, mas sim aos criminosos que se divertem a incendiar o país. Concordo.
Mas então, se o Governo já chegou a esta conclusão, o que é que espera para colocar militares a patrulhar as matas? Em vez dos rapazes estarem a apodrecer nas casernas a jogar matraquilhos, sempre podiam ajudar a população a combater as chamas, e mostrar que afinal o Exército até tem razão de existir neste país.

Sou benfiquista – céptico, é verdade – , mas não posso deixar de sentir pela morte precoce de um dos maiores vultos do desporto de sempre. Vítor Damas morre com 55 anos, deixando-nos momentos inolvidáveis próprios de um atleta e gentleman sem paralelo. Como ele, houve poucos.
Numa altura em que os médicos confirmam que a prática regular de masturbação é benéfica para evitar o cancro na próstata, os filantropos da TV Cabo decidem codificar o Canal 18. Não vou, como é óbvio, pôr em causa as razões da douta rapaziada. Mas fico com uma dúvida existencial assaz melindrosa: se a filosofia é esta, o que é que estes moralistas farão a coisas edificantes como séries eróticas transmitidas a meio da tarde, películas soft-porno ao começo da noite, video clips de rap com gangs a exibir prostitutas e armas de fogo, publicidade criminosa feita a cervejas e outras bebidas alcoólicas, reportagens sobre pedofilia a abrir os noticiários, filmes estilo Rambo ou Exterminador Implacável, o infame Herman SIC, o Canal Parlamento, e outras atrocidades afins?
Na minha singela opinião, haver ou não Canal 18 é indiferente, face ao rol infindável de imundícies que reina na televisão. Mais: codificar os filmes pornográficos não é forma de exercer pedagogia. A educação começa e acaba sempre em casa. Não é a TV Cabo, mas sim os paizinhos que devem decidir se os filhotes podem ou não ver filmes para maiores de 18 anos, seja a que horas for.
E o resto é conversa.

Que país é este? (Parte 2)
Mais notícias deliciosas, made in Expresso: O DIAP e a Polícia Judiciária sabiam dos malabarismos pedófilos, envolvendo figuras distintas, desde 1997. Por questões de salvaguarda da segurança de Estado, o Procurador-Geral da República de então achou melhor destruir as provas das investigações e esquecer o assunto. Portanto, graças a este ser caritativo, a segurança de Estado já está salva.
Claro que, entretanto, houve umas quantas centenas de vítimas que viram os criminosos a escapar incólumes.
E é igualmente óbvio que nós, cidadãos cumpridores da lei, temos de nos resignar com a impunidade que alguns podem ter.

Que país é este? (Parte 1)
Tarde paradoxal na TV: ouço as lamúrias de um indivíduo, que acaba de ver a sua casa em Mafra a ser consumida pelas chamas, queixando-se de que não havia bombeiros para acudir à desgraça. Ao mesmo tempo, passa uma nota em rodapé indicando que o nosso Primeiro-Ministro afirmava que os melhores meios estavam a ser utilizados para o combate aos incêndios.

When the lesbians get tough, the tough get lesbian
O highlight da edição dos MTV Video Music Awards deste ano foi o beijo entre Madonna e Britney Spears. O grosso dos espectadores terá interpretado o momento como uma simples extravagância das meninas. Confesso que não partilho da opinião. A meu ver, a brincadeira está relacionada com as crescentes exigências do público de música popular actual. Já não basta as artistas despirem-se em palco enquanto cantam. É preciso mais. E neste momento o que está a dar é a moda das lésbicas. É ver o sucesso das russas t.A.T.u., que, com a polémica de serem lésbicas e de não terem tento em manifestar as suas tendências em público, conquistaram o mundo musical. E isto tudo sem cantarem a ponta de um chifre.
Portanto, na minha opinião, a moda já pegou. Daí o comportamento singular de Madonna e de Britney.

Mulheres Apaixonadas. Não suporto a novela. Não suporto as intrigas, as personagens, a banda sonora. Também não entendo aquela obsessão de retratar um Brasil cor-de-rosa, onde se come e se bebe sumptuosamente, fazendo de conta que as favelas não estão mesmo ali à porta. Mas a culpa desta aversão é toda minha. Simplesmente já não tenho paciência para assistir a este tipo de programas.
Agora, uma coisa é certa: os actores brasileiros são excelentes. A expressão dramática televisiva no Brasil é escola de classe e conta já com décadas de tradição. Ali é preciso ser-se mesmo bom para fazer daquilo um ofício. Aqui na Lusitânia, pelo contrário, basta ter-se uma carinha laroca para se ingressar directamente no glamour do mundo televisivo. É ver os exemplos flagrantes de cepos artísticos como Paulo Pires, Dalila do Carmo, Ricardo Pereira, Sofia Alves, Rita Salema, António Pedro Cerdeira, Marcantónio Del-Carlo (meu Deus, que diabo de nome!), José Carlos Pereira, Helena Laureano, Paula Neves, Rui Luís Brás, Sofia Aparício, Danae Magalhães, etc, etc…
Com tais mediocridades a grassar no pequeno ecrã, a televisão portuguesa nunca mais passará deste cortelho inclassificável.

Decidi dar uma espreitadela na casa mais famosa do país. Não falo da Casa Pia, falo da habitação do Big Brother. Antecipo-me na possível ambiguidade, já que como diz o meu amigo Eduardo Ribeiro, chegado Setembro, as pessoas tendem a oscilar entre o BB e o Bibi. É o problema das rentrées
Seja como for, não faz o meu género andar a espiolhar o concurso, pela óbvia perda de tempo que isso representa. O problema é que estou farto que me acusem aqui em casa que ando a ver o programa às escondidas. A típica léria da fama sem proveito.
Primeira coisa que salta à vista: a decoração exterior da casa com as cores da bandeira da Alemanha. Não percebi ainda o propósito.
Lá dentro, o cenário habitual: vidinhas banais, com problemas banais. Para aquela gente não há trânsito logo de manhã, não há trabalho para fazer, não há contas para pagar, não há filhos para criar, não há exames nem testes de admissão para efectuar, e por aí fora – e depois ainda há a veleidade de chamar a isto “a novela da vida real”. Bom, numa coisa estão em plano de igualdade com os que ficaram cá fora: lá dentro também não há Canal 18 (sim, é verdade, a polémica não me passou ao lado).
As idades dos residentes rondam os vinte anos. A TVI anda portanto a apostar em emoções fortes, abundantes nos jovenzinhos. É a velha fórmula do sexo, drogas & rock n’ roll. Não censuro o gesto. A verdade é que o que falta à TVI são exactamente emoções fortes.
Porém, há um problema nesta aposta: os meninos só se conseguem comunicar através de grunhos e rosnadelas, o que dificulta a compreensão por parte dos telespectadores. É, de resto, um mal que já se instalou na nossa sociedade, em que a comunicação com a malta mais jovem é praticamente impossível. Solução para o empecilho durante o programa: legendar o que os cavernícolas dizem. Ou então, traduzir tudo aquilo por gestos.
Solução para o problema, cá fora: não há. Se existe alguma ponta de realidade neste BB é precisamente no drama destas novas gerações estarem cada vez mais brutificadas e distantes dos parâmetros básicos de comunicação.
Por isso, é ficarmos atentos à evolução social entre os concorrentes do BB, pois eles parecem representar o futuro. E, meu Deus, como o futuro é negro!

sexta-feira, setembro 12

Constatação trágica: comento a morte de Leni Riefenstahl com diversos colegas de universidade (leia-se: Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) e invariavelmente recebo como resposta: "Quem é essa?"
Meu Deus! O que é que fizeram à Educação?

Saber que na "Festa do Avante", entre os souvenirs favoritos da populaça, abundaram os bonés e T-shirts com as fronhas de Lenine e de Estaline é algo que me põe a pensar no seguinte: porquê a censura brutal a autênticos vermes como Le Pen e simultaneamente tantos mimos para carniceiros como Lenine e Estaline? Será que esta massa ignara que se arrasta anualmente pela "Festa do Avante" desconhece as brincadeiras que estes dois senhores andaram a fazer na Rússia, causando dezenas de milhões de mortos?

À falta de melhor para alterar este estado de humor decadente, decidi aceitar o convite de JV e visitei o site do Avante. Tenho de dar os parabéns aos responsáveis pela edição online. Conseguiram manter a mesma essência hilariante que tem o pasquim que se vende cá fora.

Quem tenha visto ontem à noite, na SIC Notícias, o debate entre Mário Soares e Pacheco Pereira sobre o 11 de Setembro, terá concluído algo de inquietante: o nosso ex-Presidente da República está à beira da demência. Não me refiro ao constante tom boçal com que a figura se dirigiu a Pacheco Pereira durante o programa. Nem sequer à chocante falta de coesão de grande parte dos seus raciocínios. Falo, sim, da insistência do senhor em justificar os actos de terrorismo como resultado da pobreza. Ou em comparar o fundamentalismo intolerante e sanguinário emanado de Bin Laden e da sua tribo com as tendências religiosas do Presidente da maior democracia do mundo.
Enfim, a senilidade é coisa triste. Mas a idade não perdoa...
O 11 de Setembro não necessita de remeter obrigatoriamente para as tragédias ocorridas há 30 anos atrás no Chile ou há dois anos nos EUA.
Por exemplo, no segundo aniversário da desgraça no World Trade Center, nasceu cá em casa uma ninhada de cachorrinhos. Ao todo são dois machos e uma fêmea. E já têm nomes: George, Rummy e Condy.
Dois anos após o horror das Torres, ficam algumas certezas: a humanidade está cada vez mais consciente e vigilante em relação à ameaça proveniente do Islão radical; o combate ao terrorismo deixou de ser visto como um exercício meramente hipotético para passar a ser encarado de frente e sem preconceitos; ao contrário daquilo que os “especialistas” do Panteão debitam, as redes terroristas estão cada vez mais fracas devido fundamentalmente às acções dos serviços militares americanos, israelitas e ingleses.
Meus amigos, a luta é dura e o caminho longo. Mas havemos de lá chegar.
Ao fim de 101 anos de existência, numa vida plena de polémica e de conturbação, Leni Riefenstahl esvanece-se num sono tranquilo.
O que me fascina na história de Leni não são propriamente os problemas éticos do envolvimento da artista na criação de uma das maiores aberrações que a Humanidade já viu. Para mim, é mais cativante explorar as histórias de ironia e destino que se cruzaram com Leni ao longo do tempo, levando-a tanto à fama como à ruína. É ter em conta a premonição de Das Blaue Licht (A Luz Azul, 1932) em que Leni protagoniza o papel de uma jovem casta que vive nas montanhas e que parte à procura de um tesouro, sendo depois rejeitada pelos habitantes da aldeia onde vive.
De facto, à imagem do filme, também na vida real, Leni acaba por cair em desgraça. A demanda do seu tesouro mais precioso (a Estética) conduz incontornavelmente a uma aliança com Hitler, que lhe seria penosa até ao resto da sua vida.
Pelo meio, vieram O Triunfo da Vontade e Olympia, dois espantosos aparatos, que realçaram a genialidade de Leni. O princípio do fim. Mesmo antes da eclosão da Grande Guerra, Leni sentiu na pele o que representava ser-se a cineasta favorita do Führer. É lembrar as reacções furiosas do público americano aquando da sua viagem aos EUA, em 1938. Leni estava marcada.
Mas o pós-guerra foi o pior período para ela. E não tanto pela “desnazificação”, processo perfeitamente compreensível, tendo em conta o seu envolvimento com Hitler. Os grandes estigmas surgiram quando, para além de ter sido presa e enviada para um hospício pelos Franceses e de ter visto a sua vida conjugal à beira do precipício, Leni teve a sua carreira de cineasta para sempre destruida.
No final foi fácil apontar-lhe o dedo e condená-la por ter vendido a alma ao diabo. Mas será isso completamente justo? Leni viu em Hitler aquilo que qualquer patriota num país mergulhado numa crise profunda veria: um Messias, um Salvador, um escolhido de Deus para conduzir o povo germânico à prosperidade eterna. Mais: tal como ela, Hitler era um esteta, um apaixonado pelo culto da força da imagem.
As perspectivas, portanto, eram essas. Os sonhos estavam todos lá.
Hitler, por sua vez, viu em Leni um veículo brilhante para registar a opulência do III Reich e sua caminhada em direcção à vitória. Forjou-se assim a “fusão” entre Leni e Adolf.
É igualmente fácil sugerir que Leni poderia ter feito aquilo que Marlene Dietrich fez, quando esta saiu do país, rumo a Hollywood. Contudo, Dietrich foi praticamente “escorraçada” para fora da Alemanha pré-nazi, por simbolizar tudo aquilo que era verberado pela rigidez nórdica: sensualidade, luxúria, decadência da sociedade. Por seu lado, Leni foi irremediavelmente “puxada” para dentro da esfera fascista, por ser tão apelativa aos ideais nazis. Para além disso, Leni estava perfeitamente consciente da censura que lhe faziam no estrangeiro. Não havia mais volta. Por isso, Leni permaneceu, mergulhando eternamente na amargura do destino.
Agora, Leni Riefenstahl descansa em paz.
Mas para os que cá ficam nunca haverá descanso ante o assombro da união de um génio do cinema à bestialidade do Holocausto. Arte e Horror. Leni, para sua desgraça, será sempre isto.
Quando pensamos que já inventaram tudo o que se podia inventar, eis a última novidade, vinda da Finlândia: concurso de arremesso de telemóveis. Como já se adivinha, o objectivo é projectar os aparelhos o mais longe possível para ganhar a competição. Escuso de informar que o evento tem tido adesão apreciável, com criaturas vindas dos quatro cantos do mundo. A génese disto tudo parece derivar da crescente raiva dos consumidores contra as tarifas elevadas. Não sei se é lá como cá, mas compreendo e apoio incondicionalmente o gesto. Os custos das telecomunicações são uma infâmia de bradar aos céus.
No final, em jeito de ironia, o vencedor é contemplado com um telemóvel acabadinho de sair do stand.
A ticket to Finland, please!
O comentário da semana vem de Statler, dos Marretas:
CASA DE FERREIRO, ESPETO DE PAU
Ahmad Qorei, primeiro-ministro indigitado da Palestina, afirmou que só aceitava o cargo se tivesse garantias dos EUA e da UE de ser possível garantir a paz na região. Acho que o senhor, para começar, talvez não fizesse mal em procurar essas garantias junto dos seus.

Também acho.
Em entrevista na SIC, Ferro Rodrigues afirma que os blogs podem ser uma arma de destruição maciça. Mas logo a seguir disfarça o tom (não fossemos nós pensar que o rapaz era antidemocrático), dizendo que os mesmos blogs são uma nova maneira das pessoas se manifestarem.
Acho formidável a forma como os políticos tremem de inquietação quando confrontados com um meio de expressão completamente livre. Se dependesse deles, viveríamos todos de bico calado. Grande azar, Ferro.
Ainda sobre a selecção, pasmo pelo facto dos órgãos de comunicação social (que nome tão pomposo para uma súcia que geralmente prima pela iliteracia) estarem sem contemplações para com Scolari, e simultaneamente observarem impávidos à delapidação feita por José Romão nos sub-21 (de resto, delapidação similar à que Artur Jorge fez há uns anos atrás na Selecção A). O comportamento da trupe fede a dualidade de critérios. Meiguice para uns, paulada para outros. Aguenta-te à bronca, Felipão!
Parece que houve um desaguisado numa conferência de imprensa entre jornalistas e um técnico da selecção portuguesa. Segundo o dito, os media foram injustos nas críticas à prestação da equipa contra a Espanha. Logo após as lamúrias, recusou-se a responder às perguntas dos jornalistas, chegando mesmo a impedi-los de prosseguir com as indagações.
Dois comentários: 1) bem feito para os jornalistas, que andaram alegremente a mimar esta tribo indecorosa durante anos a fio; 2) bem feito para a selecção, que não se devia esquecer que é paga pelo contribuinte, e que, por isso mesmo, devia um pouco mais de respeito ao país.
Zapping da praxe, encalho no Hollywood e assisto por breves momentos a Marte Ataca. Pela enésima vez, lá andam aquelas caveiras ambulantes a grasnar furiosamente para os terráqueos, perseguindo e destruindo tudo o que se mexe. Na salgalhada, Tom Jones, que cantava It’s not unusual (o homem não conhece outra canção!) é abruptamente interrompido pelos disparos dos marcianos que o tentam aniquilar. E como eu os entendo!

quarta-feira, setembro 10

Hoje só digo isto: Alexandra Moura é o melhor ser humano que alguma vez existiu.

terça-feira, setembro 9

De todos os blogs para onde enviei o meu mail de apresentação, só a Dona Bombinha se dignou a responder. Nas boas-maneiras, as senhoras estão a anos-luz.

Ontem à noite, dou por mim a ver uma reportagem na SIC Notícias que devia ser vista e revista por qualquer criatura com algum vestígio de bom senso. Tratava a dita de jovens, bebida e noite. Cenários assustadores, com gente assustadora. Criancinhas de doze anos completamente K.O. devido ao álcool. Cenas de pancadaria. Acidentes de viação. Abusos. Extremos.
A história da noite é esta. História de sangue, suor e lágrimas. Tudo na senda do precipício. E no meio do cataclismo, por onde andam os progenitores dos miúdos? Razão tinha o outro: Inventem-se novos pais!
Peter Jones, leitura obrigatória na Spectator, fala-nos um pouco sobre a visão muito particular que os Gregos Antigos tinham sobre “competição”. A palavra, em grego agôn (donde virá o termo agonia), simbolizava o essencial no espírito que vigorava na altura: vencer significava tudo. Era por isso que eles se digladiavam. Só a vitória interessava. Como Jones indica, nada de “o que é importante é participar”. Para eles, as actividades eram para ser levadas a sério e até às últimas consequências. Depois é ficarmos admirados o porquê da ostentação cultural dos Gregos em todos os planos: Poesia, História, Teatro, Matemáticas, Filosofias, e por aí fora.
Jones escreve sobre isto tudo basicamente para fazer um paralelo com o que impera hoje em dia, especialmente na Educação. Não se pode competir. Não se podem destacar os melhores alunos (onde é que se foi esconder o famigerado “Quadro de Honra”?), nem censurar os maus alunos. Não se pode impor ditados, tabuadas, nem cálculo mental aos meninos. E a coisa não muda mais.
Por isso, os Gregos andaram para a frente da mesma forma que nós agora andamos para trás. Mais nada!
Ontem, no Sexo e a Cidade a magna questão da plumitiva era qualquer coisa do género: estarão as raparigas de 15 anos a caminhar para os 34 ou estarão as mulheres de 34 a caminhar para os 15? Bom, é óbvio que as petizas estarão sempre a caminhar para a frente (embora, nos dias que correm, o drama seja que as mesmas estejam a caminhar a passos bem largos). O grande problema prende-se mais é com as adultas que, à medida que também elas caminham a passos largos (no caso delas, a caminho do terror da decrepitude), vão tentando agarrar a adolescência perdida. Percebo e tolero a inquietação. Mas no caso das quatro meninas da série o drama é outro: elas ainda não conseguiram sair da adolescência. São um grupinho de neoténicas mentais que não conseguem manter uma relação estável por mais de um episódio, avaliam os homens como quem avalia uma peça de fruta e nos tempos livres debatem perfeitas inanidades. O drama delas é apenas e somente esse.
Porém, não fosse esse o cenário, onde é que a série já estava?
Oh, como eu lamento não ter endurance para aguentar 24 horas por dia a ler os textos que são editados diariamente pelos bloggistas da praxe. Nem daqui a dez vidas!
O fenómeno da blogosfera não pode passar despercebido a ninguém. Nem mesmo na imprensa escrita, onde a coisa já vai sendo comentada. Uns dizem que gostam, outros bradam “vade retro!” Uma coisa é certa: os blogs estão para ficar. Em todo o planeta (acreditem ou não, até mesmo na Coreia do Norte), aparece uma página nova a cada segundo. Bom ou mau, o fenómeno é pura e simplesmente irreversível.
Por mim, confesso que o mundo dos blogs foi o melhor que sucedeu nos meios de informação nos últimos anos. À imagem da Internet, é todo um universo que se abre, dando-nos a possibilidade de entrar em contacto com textos de ilustres incógnitos. Uns escrevem bem, outros escrevem mal. Não interessa. O que interessa é que escrevem. Lêem, escrevem, voltam a ler, voltam a escrever. Sugerem. Debatem. Discutem. Insultam. Mandam vir. É assim mesmo!
É globalização pura. É liberdade de expressão no seu sentido mais genuíno. Era exactamente disto que precisávamos.

segunda-feira, setembro 8

Leio no DNa artigo de MEC sobre forretices. Então, Miguel escreve-nos que se iniciou recentemente nas compras no LiDL, ficando atónito com os valores gerais dos preços.
Não é forretice nenhuma ir ao LiDL; é realismo. O país está teso. Bem-vindo ao clube, Miguel!
Lamento pelo post anterior. Esqueci-me completamente de mencionar o PCP como potencial candidato à substituição do Governo. Então assim já é outra conversa!

Falar para o boneco
Carlos Carvalhas, na mítica “Festa do Avante” (já agora, “avante” para onde?), discursou durante 40 minutos nonstop, onde, entre outras coisas, criticou o Governo, afirmando que o mesmo tem “uma política que mutila a democracia e a Constituição da República em todas as esferas da vida nacional”. Não deixa de ser curioso ouvir um comunista falar de “democracia”, com a agravante deste comunista em particular ter participado na censura aos renovadores (com João Amaral à cabeça).
Pelo meio, acrescentou ainda que quer ver o Governo “derrotado e substituído o mais depressa possível e tão cedo quanto possível”.
Substituído por quem, senhor Carvalhas? Por um PS que mostrou desde 95 um niilismo político que definitivamente atirou o país para o abismo e que tem em Ferro Rodrigues um líder ainda mais decrépito do que Guterres? Por uma quadrilha de comediantes que dá pelo nome de Bloco de Esquerda? Ou será melhor substitui-lo pelos “Verdes” (perdão, a “Verde”)?
Tome juízo, senhor Carvalhas!
Boas Reparações
É bom saber que as obras neste país correm às mil maravilhas. Os feridos do acidente no IC-19 que o digam. Passadas seis horas após ter sido "reparada", a passagem pedonal acabou por desabar. No final, quatro feridos e um valente susto.
Agora imaginemos o mesmo IC-19 numa segunda-feira à hora de ponta.
Ah, o que o velho Hamurabi não mandaria fazer a estes "reparadores" de passagens...

Ole!
Espanha esmagou os “Tugas” por 3-0. A noite foi, portanto, de horror. A saber: linha da defesa completamente impotente para travar o ímpeto hispânico; meio campo inexistente, com Costinha isolado, Maniche errante, Figo a pensar na esposa e Rui Costa a mascar pastilha elástica; lá à frente, um Pauleta sem quaisquer hipóteses ante uma defesa de luxo. Pelo meio, Sérgio Conceição desesperadamente à procura da bola (justiça lhe seja feita, é o único que corre na equipa!), Deco desenquadrado, Miguel desapoiado e Couto com mais preocupações em “distribuir fruta” pelos adversários do que propriamente em ajudar a equipa a impedir a derrocada. O Euro promete…
Serviço Público
Segundo notícia de relevo no Expresso, parece que houve um grupinho de altruístas que se entreteve a filmar criancinhas com equipamento da RTP. Filmagens essas que supostamente eram para fins lúdicos relacionados com práticas de pedofilia. Não percebo o alarido de indignação das hostes. Então mas não é isto o que chamam de “serviço público”?!

Em Londres, David Blaine ficará encarcerado numa jaula suspensa por um guindaste durante 44 dias seguidos, privado de comida e de contacto com outras pessoas. Diz o ilusionista que tudo se resume a uma experiência para testar os limiares da resistência humana. E apesar dos avisos dos médicos para a possibilidade do mágico sofrer danos físicos e psíquicos devido à proeza, o rapaz sente que tem de fazer isto para ficar conhecido como o maior entertainer do mundo. Diz um transeunte, enquanto olha para a gaiola de Blaine: “Ou ele é muito esperto, ou então é muito estúpido. Esperemos 44 dias para descobrir.”
Sim esperemos. Eu cá fico-me já pela segunda hipótese.
Profunda tristeza: os nossos “tuguinhas” perderam o jogo contra a Turquia, ontem à noite, por 2-1. Para agravar, o apuramento para o Europeu fica mais distante. A surpresa parece justificar-se quando contamos nas hostes com génios como Moreira, Tiago, Hugo Viana, Postiga, Quaresma ou Cristiano Ronaldo. Porém, não podemos ficar espantados com estes percalços, se tivermos em conta a profunda arrogância que estes meninos exibem dentro e fora das quatro linhas(à imagem dos seus antecessores, a tribo da “Geração de Ouro”). Sim, porque ser-se contratado por clubes de referência como o Barcelona ou o Manchester United não pode justificar a arrogância da praxe.
Mas atenção. Não sou totalmente crítico da arrogância. Esta já manifestou ser útil no desporto, como modo de estímulo de competição e de preservar a auto-confiança. É ver campeões como Muhammad Ali, vulgo Cassius Clay ou ainda o de Johann Cruyff, ambos verdadeiros insolentes, useiros e vezeiros na sobranceria e pesporrência para com técnicos, adversários e até colegas.
O que é preciso é saber como se lida com jovens talentos na alta competição. E é aqui que atascamos incontornavelmente no pântano: para trabalhar com qualidade e com perspectivas sólidas para o futuro, é fulcral ter excelentes líderes à frente das equipas. Veja-se os exemplos de José Mourinho (um caso flagrante de “arrogância positiva”) ou de Mário Wilson, uma velha relíquia esquecida, que tantas lições deu nas últimas décadas de futebol. Mas esses foram sempre ignorados (ou mesmo achincalhados) pelos media desportivos. O que nos resta então? Bom, resta-nos um José Romão que já devia ter feito as malas há muito tempo, pelo seu historial menos que medíocre no nosso futebol.
Mas, obviamente que a coisa não é assim tão fácil. O lobby dos treinadores reles é fortíssimo no nosso país. É lembrar seres como Artur Jorge, Toni, Jesualdo Ferreira (uma tríade sinistra que muito ajudou a enterrar o SLB), António Oliveira, Rui Caçador, entre outros. E o drama torna-se acrescido quando a imprensa desportiva é unha com carne com este exército de irresponsáveis.
Por isso, não percamos a paciência e deixemos que as coisas sigam o seu rumo. Sintamo-nos aliviados pelas singelas palavras, mas plenas de sabedoria, do Mestre Romão que nos diz que uma derrota não pode ser vista como uma desgraça mas sim como uma lição.
Ah bom, mister! Então não foi uma derrota, foi uma lição. Por momentos pensei que tínhamos perdido o jogo!
Última hora: na já habitual e tormentosa demanda dos concursos de professores houve um docente de História que teve a sorte invulgar de ficar colocado numa escola como professor de… Matemática! Parece que tudo se deveu a um erro informático efectuado no Ministério de Educação. Resultado: o desgraçado ficou no desemprego. Melhor que isto é impossível!
Happy Meal
Noam Chomsky, que tem por hábito masturbar-se a pensar em árvores sintácticas, traços distintivos e Boeings a furar arranha-céus, deve ficar muito contente quando souber que este fim-de-semana houve um pobre oprimido pelo imperialismo norte-americano que decidiu brindar o McDonald’s do Rossio com uma bomba. A coisa não foi brincadeira e, depois da polícia evacuar o restaurante, a equipa de Minas & Armadilhas teve mesmo de fazer rebentar o dispositivo. Isto faz-me pensar no que serão as privações económicas pelas quais a infeliz criatura que despoletou o incidente deve passar. Coitado! Com certeza uma bomba é mais barata do que um Big Mac. Daí a sua raiva contra o restaurante. Nós compreendemos.
Atenção, cinéfilos: a partir desta semana, todas as noites de terça-feira no Hollywood estão por conta do Mestre Hitchcock. Imperdível!
Moodymann declara: I don’t make records for the masses to dance to; I make music for the small majority that listens. Devo afirmar que faço a apologia do rapaz. A boa música de dança não se dança; ouve-se. Pode parecer uma antítese, mas na realidade não é. Por isso, é sempre reconfortante saber que ainda existem estações de rádio como a Voxx (91.6 FM), com os programas de música de dança alternativa Casa Bateria & Baixo e o clássico Galinhas no Horizonte. É qualidade garantida. Pouca conversa, boa música. É assim mesmo.
Resolução de Ano Novo antecipada:
Ler Russia’s Bitter Path to Modernity – A History of the Soviet and Post-Soviet Eras, de Alexander Chubarov, A Century of Russian Violence in Soviet Russia, de Alexander N. Yakovlev e The Fall of France – The Nazi invasion of 1940, de Julian Jackson. Estas são as recomendações bibliográficas mais apelativas na edição de Setembro da History Today (de resto, uma revista que merecia um pouco mais de atenção).
Por vezes, quando tenho dúvidas sobre o verdadeiro significado de uma palavra, por muito corriqueira que esta pareça, recorro invariavelmente ao dicionário. Assim, o termo que me tem estado a suscitar melindre é a palavra médico. Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa, da Porto Editora (8ª edição), médico é um “indivíduo que exerce ou pode exercer legalmente a medicina; clínico; o que cura um mal físico ou moral.”
Ora, era o que eu pensava. Então, onde reside o problema?
O problema é a existência de um antidepressivo que anda à solta no mercado. O dito, que dá pelo nome de ZOLOFT (só o som assusta), é receitado por médicos a crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos, para "curar o mal físico ou moral" que qualquer depressão que se preze causa nos meninos. E pensamos: sortudos dos petizes, que, graças aos milagrosos comprimidos, livram-se da chatice que é ter uma depressão. Certo? Não, errado. Porquê? Bem, é só dar uma vista de olhos no folheto que é apresentado na caixa do antidepressivo. Vão aqui alguns excertos:

"ZOLOFT está indicado no tratamento da depressão (doença associada a sentimentos de tristeza e melancolia, bem como alterações de sono e incapacidade de apreciar o bem estar da vida). Este medicamento ajuda no tratamento dos sintomas de ansiedade que podem, por vezes, estar associados à depressão. Obtidos os resultados esperados, a continuação do tratamento com ZOLOFT é eficaz na prevenção de recaídas da doença (evitando que a depressão regresse) ou da recorrência de novos episódios de depressão (evitando que volte a ficar deprimido no futuro).
ZOLOFT está também indicado no tratamento da perturbação obsessiva-compulsiva (doença na qual predominam ideias fixas e que levam o doente a tomar determinadas atitudes, apesar de estas lhe parecerem ilógicas ou serem contrárias à sua vontade) e da perturbação de pânico (doença caracterizada períodos breves de elevada e injustificada ansiedade ou medo).
ZOLOFT está também indicado no tratamento da perturbação pós-stress traumático (PPST).


So far so good. O verdadeiro problema é quando chegamos à parte dos efeitos secundários:

ZOLOFT como qualquer medicamento, pode causar efeitos secundários. Os estudos clínicos realizados em doentes com depressão ou com perturbação obsessiva-compulsiva, mostraram que os efeitos secundários que mais frequentemente ocorreram com a sertralina foram boca seca, dispepsia, tonturas, anorexia, náuseas, tremores, hipersudorese, insónia, sonolência e disfunção sexual, principalmente manifestada por atraso na ejaculação no homem.
Os efeitos secundários que mais frequentemente foram referidos desde que o medicamento foi introduzido no mercado incluem:
astenia (falta de forças)
fadiga
rubor
exantema (manchas na pele)
dor toráxica
palpitações
dor abdominal
vómitos
cefaleias
sintomas extra-piramidais (alterações do movimento)
parestesia (sensação de formigueiro ou adormecimento dos membros)
hipostesia (diminuição da sensibilidade táctil)
agitação
ansiedade
irregularidades menstruais.
Mais raramente foram descritos os seguintes efeitos secundários:
febre
púrpura e eritema multiforme (manchas na pele)
alterações hepáticas (incluindo aumento das enzimas hepáticas)
hipertensão
taquicardia
edema periorbital (inchaço na zona dos olhos)
síncope (desmaio)
pancreatite (inflamação do pâncreas)
midríase (dilatação das pupilas)
alteração dos resultados laboratoriais clínicos
alopecia (queda de cabelo)
enxaqueca
sintomas depressivos
alucinações
mania
hipomania.

Foram ainda notificados casos raros de manifestações hemorrágicas, tais como, equimoses, hemorragia ginecológica, gastrintestinal e outras hemorragias cutâneas ou mucosas.

Podem ocorrer reacções de privação na sequência da interrupção do tratamento, no entanto, os dados de evidência clínica e pré-clínica disponíveis não sugerem que os Inibidores da Recaptação da Serotonina causam dependência. Em associação com reacções de privação foram notificados sintomas tais como:
tonturas
parestesias
cefaleias
náuseas
ansiedade.
A maioria das reacções de privação são de intensidade ligeira e auto-limitadas.
Os efeitos secundários descritos neste folheto, quando ocorrem, são, geralmente, de natureza moderada. No entanto, se se tornarem intensos e persistentes deverá consultar o seu médico."

Lindo, não é? Portanto, as criancinhas começam por ter uma simples depressão, e com este medicamento, habilitam-se a alguns ou mesmo a todos aqueles sintomas. Bendito ZOLOFT!
Em dias menos felizes, não se dispensam oportunidades de se dar uma boa gargalhada. Proponho, assim, dar uma vista de olhos no site cphrc.
Este é dedicado à exposição de elementos relacionados com a cultura portuguesa (curioso, para um site estrangeiro). Nele podemo-nos divertir assistindo a antigos cartoons do jornal O Século contemporâneos da I Guerra Mundial. Para além da diversão em si, é interessante ver como se fazia o humor que grassava na época. De facto, antes da censura do Estado Novo e do criptobolchevismo decorrente da Revolução de Abril (que, tragicamente, ainda vigora) havia uma liberdade de expressão e de criatividade que nunca mais voltou a haver nos media portugueses. Por isso, vale a pena a visita ao site. Ainda estamos a tempo de voltar a fazer humor como antigamente.

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